Apresentações - O Panteão de Agripa

Olá a todos!

Quando criança eu fiquei fascinada pelo universo da mitologia Greco-Romana: seus Deuses, seus heróis, suas criaturas, seus mitos... E sempre que tinha a oportunidade ia até a biblioteca da escola e alugava todos os livros que tratavam do assunto. Dava nome de deuses gregos a todos os animais da rua e sempre tinha algum mito  decorado e pronto pra ser contado pra quem quisesse ouvir. Obviamente não eram muitos os ouvintes espontâneos, mas eu não me intimidava.

Bem, o tempo passou mas a minha admiração por esses mitos não desapareceu, aliás, só aumentou.  E como toda paixão precisa ser partilhada, criei esse blog para dividi-la com quem estiver interessado em conhecer o universo da mitologia Greco-Romana, bem como a religião em si.

Esse blog mostrará Deuses, Heróis, Mitos e aspectos da religião na Grécia e Roma antigas, como festivais, sacrifícios e templos em honra aos Deuses. Sintam-se a vontade para comentar, criticar, elogiar e sugerir assuntos a serem abordados.

Por falar em templos em honra aos Deuses, esse primeiro post não será sobre mitologia. 

Vamos conhecer O Panteão, também conhecido como Panteão de Agripa, templo localizado em Roma e dedicado a todos os Deuses e que dá nome a esse blog.

Enfim, bem-vindos ao Panteão!

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O Panteão (Pantheon Romano)

Nessa vista frontal do templo chamam a atenção o pórtico, encerrado por colunas de granito
 e a inscrição no frontão em homenagem à Marcus Agrippa.

O Panteão, situado em Roma , Itália, conhecido também como Panteão de Agripa, é o único edifício construído na época do Império Romano que se encontra em perfeito estado de conservação.  Seu nome, em grego, significa "de todos os deuses" e, tal como o nome sugere, foi dedicado a todos os deuses do panteão romano e foi construído em 27 a.C., sob ordens do cônsul Marco Vipsânio Agripa. Assim, seu nome está inscrito no frontão do edifício, onde lê-se:  M.AGRIPPA.L.F.COS.TERTIUM.FECIT , que significa Marcus Agrippa, filho de Lúcio, cônsul por três vezes, construiu.

Detalhe do friso frontal do templo.

Entretanto, o magnífico edifício hoje visitado todos os dias por centenas de turistas não é exatamente parecido com aquele que o cônsul Agripa construiu. Isso porque em 80 d.C. um grande incêndio destruiu o templo, que só foi reerguido quatro décadas depois por ordens do imperador Adriano, no ano de 125 d.C.  Como costumava fazer em seus projetos de reconstrução por toda a Roma, Adriano exigiu que  a inscrição original, referindo-se à sua fundação por Agripa fosse inserida na fachada da nova construção.

Vale lembrar que na Roma Antiga, um templo era tido como a casa dos deuses. Cada um desses templos era zelado por uma sociedade sacerdotal, que prezava pela manutenção e pela segurança da estátua e se responsabilizava por manter tochas acesas em sua homenagem.

E como o Pantheon conseguiu ser o edifício pagão  mais bem conservado atualmente? A resposta é irônica:  graças à Igreja Católica.

O edifício foi oferecido ao Papa Bonifácio IV em 608 pelo imperador bizantino Focas. O Papa consagrou o Pantheon como igreja cristã dedicada a Santa Maria e Todos os Santos (Mártires) em 609. E este é o "nome cristão" do Pantheon ainda hoje.

Com efeito, graças a sua consagração como igreja, o edifício foi salvo do vandalismo e destruições propositais que as antigas construções da Roma Antiga sofreram durante o início do período medieval.  Entretanto, no século XVII o papa Urbano VIII foi muito criticado pelo povo romano por permitir que fosse retirada uma grande quantidade de bronze do edificio para ser usada no Baldaquino construído por Bernini na Basílica de São Pedro e também para a construção de canhões para o Castelo de Sant'Angelo. À época a frase "Quod nun fecerunt barbari, fecerunt Barberini" (o que não fizeram os bárbaros, fizeram os Barberini), era usada para mostrar a indignação do povo romano com o papa, que era da família Barberini. 

Desde o Renascimento que o Panteão é utilizado como última morada de personalidades italianas ilustres, como os pintores Rafael e Annibale Carracci , o arquitecto Baldassare Peruzzi, além de dois reis de Itália: Vítor Emanuel II e Humberto I. A mulher de Humberto I, Margarida I, também foi aí sepultada.

• Detalhes da construção e Arquitetura

Nessa ilustração que apresenta um corte do Pantheon podemos observar o grande domo.

O edifício, circular, tem um pórtico (também denominado pelo termo grego pronaos) com três filas de colunas (8 colunas na fila frontal, 16 ao todo), sob um frontão. O interior é abobadado, sob uma cúpula que apresenta alvéolos (em forma de caixotões) no interior, em direcção a um óculo que se abre para o zénite. Estes alvéolos, além de serem utilizados estéticamente, também foram pensados para diminuir a quantidade de concreto a ser utilizado na estrutura, tornando-a mais leve. Da base da rotunda até ao óculo vão 43 metros - a mesma medida do raio do círculo da base - o que significa que o espaço da cúpula se inscreve no interior de um cubo imaginário.

Este belo edifício abobadado tornou-se o símbolo de Roma. O pórtico retangular esconde a imensa cúpula: seu verdadeiro tamanho e beleza podem ser apreciados somente do interior.  A cúpula foi moldada vertendo-se concreto misturado com tufo e pedras-pomes sobre uma estrutura provisória de madeira.

A cúpula vista do interior do templo. Foto por Nolita Wanders.

O piso de mármore, restaurado em 1873, preserva o desenho original romano.

Túmulo de Rafael: O corpo do artista repousa sob a Madona de Lorenzetto (1520).

Turistas no interior do templo.

• Informações Turísticas

Se você pretende visitar A Cidade Eterna, lembre-se que ela é muito mais do que o Coliseu e a Fontana di Trevi. Guarde as informações seguintes para fazer uma visita adequada ao Panteão Romano:

Onde fica: Piazza della Rotonda, Roma.

Telefone: 06- 68300230

Para ir de ônibus: linha 116 e outras linhas na Via del Corso, no Corso Vittorio Emanuele II e no Corso del Rinascimento.

Horário de funcionamento: seg- sáb: 8h30- 19h30; dom: 9h-18h; feriados: 9h-13h.

Fontes:  Roma. 1996 Publifolha - divisão de Publicações da Empresa Folha da Manhã S.A.

7ª edição brasileira: 2009.

"O Panteão de Agripa". Duarte, Dolores Maria 

http://historia.abril.com.br/religiao/panteao-agripa-478070.shtml

acessado em 13/02/11

O Incrível Panteão.
 http://www.portalitalia.com.br/artes/artes.asp?idforum=200&menu=
acessado em 13/02/11
Wikipedia.